«Fiquei profundamente tocado pelas ideias e experiências de vida que os entrevistados partilharam connosco. Um sentimento forte de empatia e solidariedade cresceu em mim. Uma espécie de felicidade.» Fernando Schultz, Brasil Fernando Schultz e Paulo Schultz são realizadores de cinema, Marco Schultz é instrutor de ioga e meditação, e os três irmãos são promotores de um desenvolvimento integral e consciente do ser humano.
Em 2007, Fernando, Paulo e Marco fundaram a organização não governamental Associação Dobem (http://www.dobem.org.br/) com o intuito de disseminar conhecimento relativamente ao desenvolvimento integral do ser humano. Em 2008, concretizaram o seu primeiro projecto - o evento Encontro do Bem. Um ano depois, juntamente com o consultor de recursos humanos e de empreendedorismo social André Melman, decidiram produzir e realizar um documentário sobre autoconhecimento e a procura da felicidade - o filme Eu Maior (http://www.eumaior.com.br/). Fernando e Paulo realizaram e co-produziram o documentário, Marco e André produziram-no. O filme Eu Maior representou a oportunidade de juntar trabalho com filosofia de vida: poderiam trabalhar na sua área profissional, o cinema, e também aprender mais sobre o tema, conhecer pessoas interessantes e divulgar informação. Os entrevistados compõem um grupo sui generis de mulheres e homens sábios, de áreas totalmente distintas, tais como arte, filosofia, escrita, espiritualidade, desporto, música, religião, psicologia, etc. Todos são brasileiros e têm mais perguntas do que respostas. As suas diferentes experiências de vida forneceram-lhes uma profunda consciência da sua essência. Qual o propósito da vida? O que é a felicidade? O que é o amor? De que tem medo? O que acontece depois da morte? Acredita em Deus? Estas foram algumas das perguntas colocadas aos entrevistados. O filme tem por objectivo fazer as pessoas pensar acerca do autoconhecimento, assegurando-lhes que não estão sozinhas nessa reflexão e, por isso, fazer boas perguntas foi mais importante do que obter boas (ou quaisquer) respostas. Começa com a pergunta: «Por que existe alguma coisa e não nada?», feita pelo filósofo Mário Sérgio Cortella, e termina com outra pergunta: «Quem sou eu?», feita pelo Professor Hermógenes. Depois de ouvir tantos testemunhos, Fernando acredita que a felicidade é algo que devemos compreender, em vez de procurar, já que procurar pode levar à ideia errónea de que a felicidade não está aqui, ao nosso alcance, quando, muitas vezes, está (embora possa não ser visível). De acordo com os entrevistados, a felicidade pode ser uma vibração intensa; um momento em que se sente plenitude interior; um acontecimento pontual (concebemos a ideia de felicidade através da sua ausência); paz interior; liberdade; etc. Todos parecem concordar com a ideia de que autoconhecimento e felicidade estão ligados, especialmente quando esta última não está relacionada com o mundo material, e acreditam que o caminho para o conhecimento é tão ou mais importante do que o destino (se é que este existe). Fernando cita o entrevistado Ricardo Lindemann, bispo da Igreja Católica Liberal: «A causa do sofrimento é a ignorância. Sem autoconhecimento, como é que vamos nos libertar se nós causamos o nosso próprio sofrimento por ignorância?». Atualmente, as pessoas continuam a fazer as mesmas perguntas existenciais de sempre: Quem sou eu? O que faço aqui? A diferença será, talvez, que o estilo de vida moderno nos faz reflectir sobre estas questões com um maior sentido de urgência. Fernando Schultz destaca algumas das frases dos entrevistados: «Entrego, confio, aceito e agradeço.», Professor Hermógenes «Para mim, a música é um lugar, um território. Eu me sinto atraído nesse sentido quase gravitacional pela música.», Benjamim Taubkin «Você mede a potência intelectual de uma pessoa pela capacidade de suportar dúvidas.», Flávio Gikovate «A consciência só é ampliada quando nós conseguimos penetrar num espaço verdadeiramente vazio dentro de nós.», Kaká Werá «Mistérios sempre pedem mais conhecimento. O mistério não é o limitado da razão, mas sim o ilimitado.», Leonardo Boff Fernando ainda se comove ao ver os créditos finais do filme, em que figuram mais de 600 nomes de apoiantes e patrocinadores. Não conhece a maioria, provavelmente nunca conhecerá, no entanto, o tema uniu-os permanentemente e o filme Eu Maior foi possível graças à sua confiança e generosidade (via crowdfunding). Eu Maior afectou profundamente muitos de nós, os que tiveram o privilégio de o ver. Fez-nos, indubitavelmente, sentir acompanhados, vivos e gratos. Agora, continuemos a questionar e a pensar e, com sorte, a compreender a imensa alegria que é viver conscientemente. Comments are closed.
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